Na madrugada da Esperança, as
almas abraçam-se eternamente, agasalhando-se na capa da misericórdia do Pai que
observa o Encontro.
Suavemente,
mas com passos firmes, todos alargaremos os nossos passos em direcção ao Pai,
que acolhe e abre a alma ás novas Primaveras do espírito.
Ontem, hoje, amanhã, que
importa o tempo, cada momento é eterno, pois já fazemos parte do espaço do Pai.
A
montanha é íngreme e as escarpas são ásperas e deixam feridas na alma, mas as
mãos do que sobe, já foram substituidas pelo crucificado, para que não seja tão
dificil a tua chegada ao cume da Santidade.
Quando
os escaladores sobem a montanha, sempre estão ligados uns aos outros por uma
corda para que não caia um no vazio, assim são os que vivem na comunhão da
Palavra, não devem esquecer a corda da unidade, seria fatal para a comunidade.
O Pai
tudo nos permite mas nem tudo nos convém, tudo nos ofereçe, mas nem tudo abarca
as nossas capacidades de acolher por isso a misericórdia, essa réstea que nos
deixa para caminharmo e erguermo-nos cada vez que cairmos.
O que é ser criança quando os
anos já dobram os nossos joelhos, e qual o espírito de uma criança? Filha, a
pureza do coração pede novo vaso, e isso é a ressurreição de novo a bater á
nossa porta, que fazer?!!
Todos
precisamos de voltar a olhar para uma flor com os olhos de uma criança, até
sermos capazes de perscutar uma joaninha a subir pelas suas folhas não devemos
ficar só pelo seu perfume.
A
unidade é a essência da Trindade, como abraçar essa mesma Trindade se não
caminharmos nos mesmo ramos da árvore do Pai, ainda que com funções diferentes?.
Quantas
cargas de areia teológica foram precisas para erguer a igreja instituição?
Infelizmente estava misturada com o salitre do mar das tempestades das
filosofias humanas, e agora sentimos os muros dela a ruir, precisamos de
acolher novos arquitectos da graça e da esperança.
O
piloto será sempre o Pai, o leme, a Palavra, e a barca a igreja, mesmo quase a
afundar a igreja é a que temos para navegar no mar do mundo, precisamos dos
teus braços e de todos os dos outros para tirar a água impura que nela entra e
a faz afundar lentamente.