*** Sanctus...Sanctus...Sanctus ***

terça-feira, 25 de junho de 2013

Inquietudes


“De que lado habita a luz? Qual é o lugar das trevas, para que as conduzas ao seu domínio e lhes mostres as veredas da sua morada? Deverias sabê-lo. Job,38.19-21.

Como? Abba Abba, como? Caminhamos sem saber para onde, como. Algo nos alcança, pancadas mortas no asfalto, sons fugidos no vento que passa e ultrapassa o nosso espaço de vida.

Madrugada, silêncio violado. O grito ecoa abafado nas pedras dos caminhos, caminhos que já acolheram a tantos. Buscaram como agora nós, o palpável, que lhes possibilitasse lançar a âncora ao incerto, essa intemporalidade que não conseguimos abraçar; “Porque razão o Omnipotente não fixa os seus tempos”? Job, 24.1. É como se fora o nosso próprio grito que sai rude da alma, qual desafio à Presença “Mas poderá aquele que cai, não estender a mão, e aquele que perece não pedir socorro”? Job,30.24.

“Ah! Se pudesse pesar a minha aflição”! Job,6.1; essa carga dos derrotados pelo próprio medo que empurra aos abismos da palavra, dos silêncios que sufocam a própria Ira! “Queres então assustar uma folha levada pelo vento e perseguir uma folha ressequida...? Job,13.25; “Deixa-me só para que possa ter um pouco de conforto” Job,10.19. É o nosso grito o grito que se esvazia em nós, como a própria vontade de respirar, é como se desistíssemos da vida, do encontro.

O último gesto, esse gesto dos moribundos do amor e da graça que amarrada à impossibilidade do próprio AMOR, quer continuar presente, silencioso, estendendo a mão.

O parto aproxima-se rapidamente, e o ventre, essa mãe igreja, ainda não está preparado para acolher a Primavera do Espírito. Oh Mãe que te envaideces nas poeiras que cobrem o rosto dos santos que dormem em ti, prepara-te, que as dores geradas na própria DOR já se aproximam na sombra da cruz.
“O Senhor mo deu, o Senhor mo tirou; bendito seja o nome do Senhor” Job,1.21

Tempo do ENCONTRO. Tempo de calar. Tempo do Pai.

 Abraço-vos no PAI

1 comentário:

Maria-Portugal disse...

Na sombra da cruz desponta já o Cordeiro vitorioso...